A Bíblia é antes de mais nada um dos mais importantes documentos históricos que possuímos, antes de ser um instrumento religioso ela é um relato da vida e dos costumes antigos que originam a nossa civilização.
Muitos dos fatos, alguns inclusive considerados mitológicos da bíblia já foram comprovados cientificamente, um dos mais incríveis foram as pragas do Egito, que já se comprovou cientificamente que uma cadeia de acontecimentos naturais poderiam sim causar a origem histórica das pragas.
Já no caso de Noé, arqueólogos já sabem que realmente ouve um grande dilúvio (na realidade, grandes inundações ocorreram em vários pontos do planeta de forma simultânea), resultante de chuvas tropicais muito prolongadas e o derretimento de calotas polares que definiria o final da era do gelo.

No Novo Testamento, comprovou-se arqueologicamente por exemplo a existência de Caifás (sacerdote judeu que pediu a condenação de Jesus), além de comprovar por exemplo o censo realizado no período em que Jesus nasceu.

Isso nos leva a crer que se retirar-mos a religiosidade da Bíblia, ela se torna um "espelho do tempo" e nos mostra com muita clareza fatos ocorrido a muito tempo, e ali preservados para sempre.

É muito mais comum um historiador ou arqueólogo questionar com muito mais facilidade a existência de Jesus do que questionar os fatos bíblicos narrados, tamanha as veracidade do seu conteudo.

Esse formato de Bíblia que conhecemos é que na realidade causa polêmica e abre caminhos para possibilidades infindáveis, e até complexas teorias de conspiração.

No Século III o imperador romano Constantino alegou ter visto uma cruz antes de uma batalha, e ordenou que os soldados pintassem a Cruz em seus escudos, e que lutariam em nome de Jesus, ele venceu a batalha, e segundo a crença, neste momento ele se tornou Cristão.

Foi então que Constantino resolveu oficializar a religião Cristã, o que garantiria a seus praticantes a liberdade para cultuarem seu Deus sem nenhuma interferência romana, porém, pra isso Constantino convocou para uma reunião as principais autoridades religiosas do cristianismo, já que haviam muitas seitas e variáveis da religião, ele queria uma religião única, sem variáveis, para isso precisava que fosse definida a sua formação.

Esta reunião se deu na cidade de Nicéia, e é conhecida como Conclício de Nicéia, o primeiro da religião cristã, e nela foram definidos principalmente o formato do cristianismo, entre as definições, apesar de não ser comprovado, foram também discutidos quais livros iniciais a Bíblia teria, logo de inicio havia um consenso sobre os 4 testamentos, presentes até hoje no Novo Testamento.

Esta reunião que definiria o formato da fé cristã teria sido incontestável por ter contado com a presença de praticamente todos os lideres cristãos da época, apenas algumas seitas com ideologia muito diferente não foram convocados (entre elas os Gnósticos), porém elas eram minoria, e praticamente sem qualquer força politica, porém o grande detalhe deste conclicio foi a presença de Constantino, que foi considerado o "presidente de honra" do grande encontro.

Muitos historiadores garantem que nada sobre a Bíblia foi definido ali, no máximo apenas os 4 evangelhos, porém após este conclicio, e de se ter definida as diretrizes cristãs, Roma repudiou e continuou perseguindo todos os cristãos que não se enquadravam no que se tinha estabelecido, matando seus lideres e destruindo seus textos, qualquer variante do cristianismo já passava a ser considerado uma heresia, e deveria ser dizimado.

O objetivo político de Constantino em oficializar uma nova religião é muito evidente, pois o cristianismo na época tinha sua maior presença no oriente e não no ocidente, e Constantino queria um Império único, a religião poderia ajudar muito pra que ele conseguisse unificar de fato o Império Romano.

Porém, apenas para constar o carater de Constantino, ele criou seus filhos dentro do cristianismo, que é muito louvavel, afinal ele que havia tirado a religião do submundo romano, mas como todo imperador romano que se preze, ele acreditou que um de seus filhos tramava contra ele e mandou matar o próprio filho, isso demonstra bem o caráter de Constantino, um Imperador Romano em todos os aspectos.

O fato de Constantino ter oficializado o Cristianismo fortaleceu muito a nova religião, os que viram suas seitas sendo destruidas não se revoltaram tanto, pois além de serem a minoria, era muito facil aceita as diretrizes novas do Cristianismo, já que a os ensinamentos continuavam os mesmos, apenas algumas variaveis e formas de se ver Jesus era um pouco diferente (algumas tinham Jesus como filho de Deus, em outras o próprio Deus encarnado). Em muito pouco tempo, todas as outras seitas foram sumindo, porem, alguns textos continuaram circulando, e esses textos divergem em muito da visão da igreja romana.

Em 382 DC se deu o Conclicio de Roma, onde foi oficialmente definido os livros que fariam parte da Biblia, em nota publicada pelo papa Damaso I, foram definidos todos os livros oficiais, tanto do antigo como do Novo Testamento, logo em seguida foi encomendada uma versão em Latim dos livros, a tradução deveria ser confiavel aos olhos da Igreja Romana.

Jerônimo, um padre da igreja católica foi incumbido de tal tarefa, por ter um profundo conhecimento de aramaico, hebraico e grego, ao iniciar seus serviços o próprio chegou a afirmar que ele estava praticando uma heresia em tentar traduzir os livros sagrados, já que alguns trechos seriam apenas uma interpretação. Para Jerônimo, para se ler corretamente os textos, o leitor deveria saber o idioma de origem.

Apenas para constar como exemplo, a palavra fé em hebraico possui uma equivalente em grego, aramaico ou latim, ou seja, ela sempre representou a mesma coisa, porém em hebraico ela é um verbo, tal verbo não existe em latim, ele como qualquer outro tradutor mesmo que dos dias atuais, são obrigados a recorrer ao verbo crer para tentar transmitir a mesma mensagem, como "Eu tenho Fé" se torna "Eu creio", porém as duas palavras não representam com exatidão a mesma coisa.

A Vulgata (assim chamada sua tradução e coleção inicial de livros) publicada por Jerônimo, foi a primeira tradução e pré-definição da nossa Bíblia atual, qualquer seita que utilizasse algum outro texto era brutalmente destruida, lideres mortos, textos queimados, a Igreja nem bem havia sido formada e a inquisição já estava presente. Ensinamentos paralelos foram execrados, apenas a Igreja Romana possuia o direito de levar a palavra de Jesus a todos, nenhuma outra forma de culto seria permitida. O mais importante para Roma era a unificação da religião, e o Império tratou de unificar da sua forma.

Devemos analisar que a Bíblia como conhecemos surgiu de uma forma um tanto comprometedora, por mais boa vontade que os representantes do Cristianismo tivessem, estavam ainda presos ao domínio romano, e com a religião oficializada, os cristãos foram obrigados a passar a seguir algumas normas e leis romanas.

Quem a oficializou como religião era um Imperador que queria um Império Romano único, e viu no cristianismo um grande atalho pra isso, se ele unificasse a religião, a parte política seria muito mais fácil. Após a Biblia ser definida, oque se viu foram massacres e violencia, herança do império, mais tarde o mundo ficaria horrorizado testemunhando tantas guerras que se deram em função da Bíblia, guerras que deram nome de "Santa" ou usaram o nome de Jesus.

Esta é a história real da Bíblia como conhecemos, bem como o mundo seria naquela época e principalmente o seu cenário político. Os cristãos sairiam da clandestinidade, porém será que o preço que pagaram não foi auto demais? Com muitos dos seus textos, e muitas seitas que eram diferentes em questões menores, sendo destruídas não seria um preço excessivo? O que seria da Bíblia se não houvesse nenhuma influencia romana?

Alguns afirmam que Jesus nunca existiu se baseando justamente nessas origens, ou seja, de que tudo foi uma invenção romana para garantir a supremacia já que não política uma supremacia religiosa sobre todo o império, logo se percebe que não é real, a base já existia, muitos pagaram com a vida justamente em função disto, acreditavam em seus textos, em seu Messias, e não no imposto por Roma, estas mortes por si só já provam que a crença é real, ela já existia e tinha uma base sólida, mas o cristianismo atual, este sim teve, mesmo que a contra gosto a influencia romana, e uma influencia estrutural, não só de onde pode ou onde não se pode praticar um culto, mas em sua raiz, em suas escrituras.
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